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segunda-feira, 13 de abril de 2015

2/365: melzinho na chupeta




Já passa da meia-noite, mas, como eu ainda não dormi, posso dizer que ainda é segunda-feira, 13 de abril e, portanto, meu segundo dia sem o cartão de crédito. Estava com esse post na cabeça há horas, mas quem vive a jornada tripla (casa, filhos e trabalho) sabe que tempo livre é luxo e, no meu caso, com uma filha de sete meses exigindo minha atenção a todo momento, mesmo com a presença constante do pai, até ir ao banheiro fica difícil.

Pois bem. Hoje, completo dois dias sem usar o cartão de crédito. Aí você pensa: dois dias até eu. Sim, dois dias, três, uma semana, é melzinho na chupeta, já que, normalmente, compras não se faz todos os dias. De vez em quando tem-se notícia de uns malucos compulsivos por gastar, que não passam um dia sem seu fiel escudeiro, Sua Majestade o cartão de crédito, extrapolando todos os limites que o banco deu. Das duas uma: ou são pessoas ricas que podem arcar com faturas exorbitantes, comprando a todo instante, ou são meros mortais que compram, compram e se afundam em dívidas. Eu faço parte, em parte, da segunda categoria. Em parte porque sou uma mera mortal, no entanto, embora gastadeira, não sou compulsiva a tal ponto. Não mais (eu brinco aqui, mas compulsão por comprar é coisa séria). Claro que comprar é sempre uma delícia, mas o pós-compra, para quem sabe que não pode gastar, é como aquela ressaca moral de quem enche a cara, enfia o pé na jaca e, no dia seguinte, se arrepende, se sente mal e até se deprime. E eu sei bem o que é isso, principalmente nos últimos sete meses, depois que Lígia nasceu.

Se viver é caro, viver com um filho a tiracolo é mais caro ainda e usar cartão de crédito muitas vezes pode ser suicídio. Imagine quem tem uma penca de menino pra sustentar? É fralda, pomada anti assadura, plano de saúde, roupas (muitas vezes mais caras que uma roupa de adulto), conta de luz mais alta, geladeira recheada de coisas saudáveis (graças a Deus eu posso me permitir isso), afinal, quem amamenta não pode sair comendo qualquer porcaria. Com leite eu não gasto, que é o mais caro, já que, até os seis meses, Lígia se alimentou exclusivamente de leite materno (a melhor opção: barata e saudável, e a produção aqui, mais uma vez, graças a Deus, é frenética) e, hoje, mesmo com as papinhas e frutas, ela continua sendo amamentada. Aliás, só um parêntese: ainda não inventaram nada melhor nem mais bonito do que amamentar. É o gesto mais puro de amor e cumplicidade entre mãe e filho e é por esse pedacinho de gente que eu estou tentando me controlar.

Largar a tentação em casa e pagar tudo à vista é o caminho e pode ser um bom negócio. Aqui onde moro, comprando no débito, sempre rola um desconto. Se o pagamento for em dinheiro, o desconto é ainda maior, inclusive no supermercado. Não chega a ser um desconto estrombólico, mas já é uma economia. Claro que, antes de partir para esse caminho, se você tem uma fatura alta, é necessário um freio nas compras e gastar somente com o necessário. Pode ser que, em uma emergência, seja preciso usar o crédito, mas só numa emergência mesmo, tipo caso de vida ou morte. Aos poucos, o dinheiro começa a sobrar na conta, já que a conta do cartão vai diminuindo, e comprar à vista fica cada vez mais viável.

E por hoje é isso. Despeço-me aqui, rumo ao terceiro dia de libertação. Liberte-se você também.

Para o alto e avante! o/

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